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ANTONIO SUTIL ROQUE    IN   MEMORIAM

ANTONIO SUTIL ROQUE    IN   MEMORIAM

ANTONIO SUTIL ROQUE    IN   MEMORIAM

Histórico


Destaque para 13 de Março de 2018

Tivemos hoje, a 13 de Março, a triste notícia do falecimento do nosso amigo e associado António Sutil Roque. Cantor de eleição do Fado de Coimbra, ainda dia 01 de Março nos deliciara com duas interpretações extraordinárias numa voz que nada fazia crer ter 85 anos, no Encontro da Tertúlia. Felizmente foram filmadas e podem ser vistas no link YouTube do site da Tertúlia: www.tertuliadofado.pt.

Aqui lhe prestamos homenagem e o recordaremos com saudade.

António Saturnino Sutil Roque nasceu em 1932, em Campo Maior, no Alentejo, mas passou a infância nos Açores. Matriculou-se na Faculdade de Medicina de Coimbra em 1952 e licenciou-se em 1958. Especializou-se em Medicina do Trabalho e Medicina Aeronáutica, tendo trabalhado muitos anos para a TAP.

Em Coimbra fez parte da Tuna Académica e foi um notável solista do Orfeão. Começou a cantar o fado de Coimbra por acaso: indo uma noite na rua a caminho de casa, deparou com uma serenata onde estavam alguns amigos do Orfeão, entre eles o guitarrista José Pais Alexandre. Com havia falta de cantores, anuiu ao pedido de cantar ali mesmo o fado “Dizem que as mães querem mais ao filho que mais mal faz…”. Nunca mais parou de cantar o Fado de Coimbra. Na “República dos Inkas” o guitarrista Júlio Ribeiro acompanhou-o e ajudou-o nos ensaios. Em 1954 estreou-se oficialmente num espectáculo da Tuna, no Teatro Avenida, alternando com Fernando Rolim. Depois foi integrado no programa de rádio de Serenatas da então Emissora Nacional, com José Afonso, Fernando Rolim, Machado Soares e Luiz Goes.

Gravou em 1956 um série de três LPs acompanhado pelo Quinteto de Coimbra – António Portugal e Jorge Godinho na guitarra e Manuel Pepe e Levi Batista na viola. Em 1961 foi aos EUA em digressão. Voltou a gravar em 1985 um LP para a UNICEF.

Com o Orfeão, foi ao Brasil em 1954, a Espanha em 1957, aos Açores e à Madeira em 1960 e, com a Tuna, a Angola em 1958. Em 1961 voltou ao Brasil junto com Amália Rodrigues.

Em 1957 participou na primeira Serenata de Coimbra transmitida directamente pela RTP, junto aos velhos estúdios do Lumiar.

Em  13 de Março de 1958 na récita de despedida do Curso Médico de 1952-1958,  a Balada da Despedida (Coimbra tem mais encanto na hora da despedida) foi expressamente composta para ser cantada, pela primeira vez, pelo estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e membro do Coimbra Quartet, António Sutil Roque.